Portas Abertas | 12 de janeiro de 2024

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12 de janeiro de 2024

Atualizado: 12 de janeiro de 2024 5 min de leitura

Incorporação nacional da MRV tem recorde de vendas. Falta de inovação e corretores mal preparados prejudicam reputação do setor, diz ex-CEO do ZAP. Metro quadrado para aluguel bate recorde em seis capitais.

Incorporação nacional da MRV tem recorde de vendas, mas prévia operacional derruba ações da empresa

A MRV, incorporadora líder no mercado nacional, alcançou um recorde de vendas líquidas no quarto trimestre de 2023, atingindo a marca de R$ 2,3 bilhões. Os números representam um aumento expressivo de 55,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, os lançamentos da empresa apresentaram um recuo de 29,6%, totalizando R$ 1,9 bilhão. O resultado provocou queda de 11,78% nas ações da MRV na Bolsa nesta quinta-feira (11).

A MRV explica que a diminuição nos lançamentos não reflete a realidade operacional devido a uma mudança na metodologia de declaração de novos projetos. Ricardo Paixão, diretor-financeiro da empresa, explica que apenas que o Valor Geral de Venda (VGV) da fase lançada é considerado neste novo método, ao contrário da abordagem anterior que incluía o VGV total no trimestre. Segundo Paixão, a MRV&Co decidiu “segurar as rédeas” da operação da Resia, por conta da conjuntura macroeconômica nos Estados Unidos.

Uma prévia operacional mostrou que a geração de caixa da MRV foi de R$ 137,2 milhões no último trimestre de 2023, revertendo a queima de R$ 286,4 milhões no mesmo período de 2022. A forte queda das ações da empresa na bolsa foi atribuída também a rumores de uma revisão para baixo na projeção de lucro líquido para o ano. No acumulado de 2023, a MRV alcançou vendas de R$ 8,5 bilhões, um aumento de 45% em relação a 2022, mas os lançamentos diminuíram 25,7% para R$ 5,68 bilhões.
Fonte: Valor

Falta de inovação e corretores mal preparados prejudicam reputação do setor, ex-CEO do ZAP

Em entrevista ao Estadão, Roberto Nascimento, ex-CEO do ZAP Imóveis, disse que corretores mal preparados prejudicam a reputação do setor imobiliário e impactam a credibilidade de portais de classificados. “A enxurrada de profissionais chegando significa a entrada, também, de muitos profissionais ruins. E a experiência ruim criada por estes corretores acaba respingando nos bons corretores e nos portais imobiliários, criando uma má reputação para todo o setor”.

Nascimento avalia que os classificados digitais no Brasil não acompanharam a evolução do mercado imobiliário e estão estagnados. Ele aponta a prática de imobiliárias de inserir imóveis com valores abaixo do mercado nos portais, atraindo clientes, mas resultando em experiências negativas. O empresário fala também da falta de um modelo como o “personal broker” dos Estados Unidos, que reduziria anúncios duplicados.

Recentemente, Nascimento fundou a PipeImob, startup que pretende melhorar a gestão e organização burocrática relacionada à venda de imóveis, e que transacionou R$ 1,4 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV) nos últimos 12 meses.
Fonte: Estadão

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Metro quadrado para aluguel bate recorde em seis capitais

Influenciado pelos juros elevados, o valor médio do metro quadrado do aluguel residencial teve aumentos expressivos em seis capitais brasileiras, de 2019 a 2023, segundo levantamento do QuintoAndar: São Paulo: R$ 59,82 (alta de 9,47%); Brasília: R$ 43,46 (alta de 12,24%); Rio de Janeiro: R$ 39,09 (alta de 14,11%); Curitiba: R$ 36,43 (alta de 21,03%); Belo Horizonte: R$ 33,73 (alta de 22,88%) e Porto Alegre: R$ 32,12 (alta de 13,83%).

O destaque fica para o Leblon, no Rio de Janeiro, que ultrapassou R$ 100 por metro quadrado. Entretanto, a demanda parece desacelerar, com o crescimento acumulado em 2023 menor que o ano anterior em metade das cidades analisadas. O ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, é apontado como fator principal para a mudança na dinâmica da demanda. A perspectiva de juros mais baixos favorece financiamentos, aumentando o estoque de imóveis disponíveis para locação.

O relatório destaca ainda a busca por imóveis maiores, impulsionada pelo trabalho híbrido pós-pandemia. A preferência por apartamentos com dois e três dormitórios tem crescido. Em São Paulo, por exemplo, imóveis com estas características valorizaram 11,39% e 12,1%, respectivamente, em comparação aos de um dormitório, que tiveram alta acumulada de 8,42% em 2023.

Operação Urbana Bairros do Tamanduateí impactará seis bairros de São Paulo

A maior operação urbana da cidade de São Paulo, sancionada recentemente pelo prefeito Ricardo Nunes, abrange bairros industriais das zonas leste e sul e vai impactar a paisagem de regiões como Mooca, Cambuci, Vila Prudente e Ipiranga. Batizada de Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, a proposta incentiva a verticalização e dobra o número de moradores em aproximadamente duas décadas, além de arrecadar recursos para obras públicas locais.

A lei que institui a operação foi aprovada pelos vereadores em dezembro, após oito anos de tramitação na Câmara Municipal, e abrange também o Parque da Mooca, prevendo intervenções como obras de drenagem, criação de 12 parques e reversão do tamponamento do Rio Tamanduateí. Estima-se um investimento de R$ 2,85 bilhões em obras públicas ao longo de 20 anos, com a execução dependendo de recursos municipais e da arrecadação em leilões de 5,1 milhões de m² de créditos construtivos (Cepacs).

Críticos apontam o impacto na atividade industrial, concessão de apartamentos grandes com mais de uma vaga de garagem “grátis” e preocupações com a população vulnerável. A Prefeitura mapeou “pontos de atenção”, incluindo a necessidade de atualização de dados habitacionais e do plano de mobilidade. A expectativa de arrecadação é de R$ 1,1 bilhão, com a previsão de destinar 856 mil m² gratuitamente à habitação de baixa renda.
Fonte: Estadão

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